ATA DA DÉCIMA PRIMEIRA SESSÃO
SOLENE DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA PRIMEIRA LEGISLATURA,
EM 04.06.1996.
Aos quatro
dias do mês de junho do ano mil novecentos e noventa e seis reuniu-se, no
Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto
Alegre. Às dezesseis horas e trinta e dois minutos constatada a existência de
“quorum”, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos da presente Sessão
destinada a entrega do Título Honorífico de Cidadão Emérito de Porto Alegre aos
Senhores João Veppo e Walter Moares de Azevedo nos termos dos Requerimentos nos
57 e 58/96 133/96 (Processos nos 3095 e 3096/996), de autoria do
Vereador Elói Guimarães. Compuseram a MESA: o Ver. Isaac Ainhorn, Presidente
desta Casa, o senhor João Vesval Veppo, o senhor Walter Moraes de Azevedo, a
senhora Eny de Azevedo, o senhor César Alvarez, Prefeito Municipal Interino, o
Doutor Luiz Nuñes Padilha, Procurador do Estado, o Coronel Irani Siqueira,
Representante do Comando Militar do Sul, o Tenente Andréia Sílvio Dal’Ago,
Representante do Comando da Brigada Militar, o Senhor Ilso Pedro Menta,
Presidente da Federação das Empresas de Transportes Rodoviários do Estado, o
Senhor Jabs Paim Bandeira, Presidente do Sindicato das Estações Rodoviárias do Rio
Grande do sul, o Tenente-Coronel Paulo José Almeida, o Senhor José Elias
Flores, Presidente do Conselho de Cidadãos Honorários da Câmara Municipal de
Porto Alegre, o Senhor Adão Faraco, Presidente da Trensurb e o Deputado
Estadual Francisco Áppio. Como Extensão da Mesa, o senhor Presidente nominou: o
Vereador de Alegrete, Eroni Carús, o Senhor Luís Carlos Salatino, Presidente da
Sociedade Amigos de Tramandaí, o Senhor Adolfo Toschi, Representante do
Conselho Rodoviário do Estado, o Doutor Jorge Krieger de Mello, o Doutor Renato
Jorge Bicca, e os filhos e netos dos homenageados. Em prosseguimento, o Ver.
Elói Guimarães ressaltou que a presente Sessão Solene não é destinada somente a
homenagear os Senhores João Veppo e Walter Azevedo, como também a uma terceira
pessoa que é representada por estes por estes que é a Estação Rodoviária de
Porto Alegre. Em continuidade o Senhor Presidente convidou para integrar a Mesa
o Presidente do Trensurb, Senhor Adão Faraco, registrou como extensão da Mesa a
presença do Vereador de Alegrete, Eroni Carus e registrou também a presença do
Presidente da Sociedade Amigos de Tramandaí, Senhor Luís Carlos Salatino, do
Representante do Conselho Rodoviário do Estado, Senhor Adolfo Toschi, do Senhor
Jorge Krieger de Mello, do Senhor Jorge Bicca e dos filhos e netos dos
homenageados. Em prosseguimento, o Vereador Edi Morelli saudou os homenageados,
discorrendo sobre a trajetória da Empresa Veppo Companhia Ltda., desde a sua
fundação à criação da Estação Rodoviária em Porto Alegre. A seguir, o Senhor
Presidente registrou a presença do Deputado Estadual Francisco Áppio,
convidando-o à compor a Mesa. Registrou também a presença dos Senhores
Vereadores desta Casa, Fernando Záchia , Reginaldo Pujol, João Dib e Pedro
Américo Leal. Em continuidade, o Vereador João Dib ressaltou a importância do
trabalho realizado pelos homenageados estendendo as suas saudações a todos os
que de alguma forma contribuíram no decorrer da realização deste. Logo após, o
Ver. Reginaldo Pujol prestou sua homenagem salientando os valores do trabalho
realizado pelos homenageados bem como a integridade profissional destes. Em
prosseguimento, o Ver. Fernando Záchia discorreu sobre o importante papel
desempenhado pela Estação Rodoviária de Porto Alegre ao receber pessoas de
todos municípios do interior de nosso Estado e que um dia poderão realizar algo
importante à nossa comunidade, como no caso dos presentes homenageados. A
seguir, o Senhor Presidente convidou o Deputado Francisco Áppio e o Senhor
Ilson Pedro Menta para fazerem a entrega dos diplomas que conferem o Título
Honorífico de Cidadão Emérito de Porto Alegre aos Senhores João Veppo e Walter
Azevedo, respectivamente. Logo após, o Senhor Presidente convidou os Vereadores
Elói Guimarães e Fernando Záchia para entregarem aos homenageados a obra
comemorativa aos dez anos da nova sede da Câmara Municipal de Porto Alegre,
“Porto Alegre, à beira do rio e em meu coração”. Em prosseguimento o Senhor
João Veppo agradeceu aos familiares presentes nesta ocasião tão especial. Em prosseguimento,
o senhor Presidente registrou a presença do Jornalista Cândido Norberto, e às
dezessete horas e cinqüenta e um minutos, nada mais havendo a ser tratado,
declarou encerrados os trabalhos, convocando os senhores Vereadores para a
próxima Sessão Solene a ser realizada logo após às dezoito horas. Os trabalhos
foram presididos pelo Ver. Isaac Ainhorn e secretariados pelo Ver. Elói
Guimarães, como Secretário “ad hoc”, do que eu Elói Guimarães, Secretário “ad
hoc”, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após ser distribuída em
avulsos e aprovada será assinada pelos Senhores Presidente e 1o
Secretário.
O SR. PRESIDENTE (Isaac
Ainhorn):
Damos por aberta a 11a Sessão Solene desta 4a Sessão
Legislativa Ordinária da XI Legislatura, destinada à entrega do Título
Honorífico de Cidadão Emérito de Porto Alegre aos Srs. João Vesval Veppo e
Walter Moares de Azevedo, por iniciativa e a Requerimento do Ver. Elói
Guimarães.
Nós convidamos para integrar a Mesa os nossos Homenageados João Vesval
Veppo e Walter Moraes Azevedo e suas esposas Vera Veppo e Eny Oliveira de
Azevedo.
Também temos a satisfação de convidar para integrar a Mesa desta Sessão
Solene S. Exa. Sr. Prefeito Municipal, em exercício, Dr. Cézar Alvarez; o Sr.
Procurador do Estado, Dr. Luiz Nuñes Padilha; o representante do Comando
Militar do Sul, Cel. Irani Siqueira; representando o comando da Brigada
Militar, convidamos o 1o Tenente Andréia Sílvio Dal`Ago; o
Presidente da Federação das Empresas de Transportes Rodoviários do Estado do
Rio Grande do Sul, Sr. Ilso Pedro Menta; o Sr. Jabs Paim Bandeira, Presidente
do Sindicato das Estações Rodoviárias do Estado do Rio Grande do sul; o
Comandante do 9o Batalhão, Cel. Paulo José Almeida, para integrar a
Mesa dos trabalhos.
Convido também para integrar a Mesa o Presidente do Conselho de
Cidadãos Honorários desta Casa, o Sr. José Elias Flores.
Trata-se de uma Sessão Solene de iniciativa do Ver. Elói Guimarães, de
uma natureza extremamente singular. Nesta oportunidade, através da iniciativa
do Ver. Elói Guimarães, estamos outorgando, por força de um Projeto de
Resolução que tramitou no ano de 1992, dois títulos de Cidadão Emérito a duas
pessoas que juntas representam um esforço e uma expressão de uma importante
área da prestação de serviços em nossa Cidade, com reflexos em todo o Estado e
no País. Aí, eu entendo uma das razões que levaram o Ver. Elói Guimarães a
promover de uma forma bastante singular a iniciativa da dupla homenagem.
Podemos dizer que esta Casa se constitui a representação política e
comunitária da Cidade de Porto Alegre, que se expressa na sua tradição
bicentenária, e podemos também, com muito orgulho, nesta oportunidade, referir
a satisfação de outorgarmos dois títulos de Cidadão Emérito de Porto Alegre
pelos serviços, pelo reconhecimento da Cidade de Porto Alegre a estes dois
homens que, pelo seu trabalho, pelo seu denodo e pela sua dedicação,
construíram um serviço público de extrema importância para a Cidade. Logo, nós,
representantes políticos desta Cidade, podemos dizer, com absoluta tranqüilidade,
que o serviço prestado na Estação Rodoviária de Porto Alegre é um serviço
exemplar para quem anda por este País, para quem conhece os serviços de outros
permissionários, em outras capitais do País, nós podemos dizer que, apesar das
dificuldades e dos obstáculos, sem sombra de dúvidas, temos um serviço, temos
uma estação rodoviária exemplar pela presteza de serviço adequado às
necessidades da nossa população, que orgulha a nós, cidadãos de Porto Alegre.
Hoje reconhecemos o esforço de qualificar e de aprimorar esse serviço através
tanto do seu processo de descentralização da venda das passagens, que melhora
de forma inquestionável o serviço da estação rodoviária, porque proporciona
àqueles que aqui chegam e àqueles que residem que, ao tirar os seus bilhetes,
não tenham necessidade de se dirigir à estação rodoviária Central para
adquiri-los. Esse serviço de descentralização é um serviço extremamente
importante que já há alguns anos o João e o Walter vêm levando à frente na
condição de diretores da Estação Rodoviária de Porto Alegre. Há algum tempo têm
sustentado que esse serviço poderia ser descentralizado com a ajuda do próprio
Poder Público, através de postos de serviços integrados urbanos um velho sonho
dos porto-alegrenses, de serem atendidos inúmeros serviços através de uma
solicitação de um serviço descentralizado e que, no entanto, o Poder Público,
quer seja no Município ou Estado, em que nós assumimos também a nossa parcela
de responsabilidade, não proporciona aos permissionários da Estação Rodoviária.
Hoje, eles realizam esse serviço às suas custas, descentralizando o serviço de
venda de passagens. Portanto, quando nós podemos dizer que, pessoalmente,
conhecemos a trajetória desses dois empreendedores, nós, porto-alegrenses, nos
orgulhamos de, neste momento, na condição de Presidente desta Casa, presidir a
Sessão de entrega desses títulos de cidadania porto-alegrense.
É uma satisfação, e, mais uma vez, realçamos que a iniciativa do Ver.
Elói Guimarães, ao proporcionar em uma singular proposição uma dupla homenagem,
outorgando dois títulos de Cidadão Emérito de Porto Alegre, não só expressou o
sentimento da sua vontade como legislador da cidade, ao votarmos esta proposta
na Câmara de Vereadores e obtermos o apoio do conjunto dos Vereadores, como representou
o reconhecimento aos nossos homenageados pelo trabalho que, ao longo desses
anos, vêm prestando à Cidade de Porto Alegre. Muito obrigado.
Neste momento, passamos a palavra ao Vereador proponente da presente
Sessão, que fala pelas Bancadas do PDT, PT, PC do B e PSB.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: “Porto Alegre, eu te canto
porque vive em ti o melhor de mim; eu te canto, cidade, como minha pátria,
loucura e paixão; nossas vidas são nossos sonhos e as lembranças que nos
seguem; nossa cidade é um porto este porto o tornamos mais alegre; nós somos
estas ruas banhadas de lua e este pôr-de-sol que se entrega às águas num
esplendor de paixão; nós somos essas vidas cinza, alvores e canção; ah, cidade
de meus amores; ah, Porto Alegre estendida à beira do rio e em meu coração”.
Versos antológicos de dois poetas nossos: Luiz Coronel e Luiz de Miranda,
alusivos à Cidade e mandados editar por esta Casa quando das comemorações do 10o
aniversário da Câmara nesta sede, Palácio Aloísio Filho.
(Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.)
Querido Rosário, esposa, cujo pai me traz grandes lembranças neste
momento, o José Veppo; os filhos dos homenageados, o João, a Júlia e a Jane; a
Walquíria e a Waleska; meu amigo do Alegrete, que representa a terra da D.
Vera, o Eroni Carús; meu querido amigo, ex-Deputado Estadual que marcou
indelével a tribuna gaúcha, Dr. Edi Borges; enfim, tantas pessoas importantes,
amigos, meu querido amigo Adão Faraco, Presidente do TRENSURB, também do
Alegrete. Vejo que a representação alegretense aqui está em massa. Deve haver,
também, alguns vacarianos. Então, pessoas amigas, amigos, senhoras, senhores,
netos dos homenageados, nós propomos, já o disse o Presidente, esta homenagem a
duas figuras da nossa Cidade: João Veppo e Walter Azevedo. São dois Projetos de
Resolução. São dois títulos que tramitam na forma regimental de forma
independente. Por que entendeu o Sr. Presidente, Vereadores e demais pessoas
presentes, por que entendemos unificar esta homenagem e unificar esta entrega
simbólica dos referidos títulos? Por que queríamos, sim, homenagear uma segunda
pessoa, que se chama Estação Rodoviária. Evidentemente, que não é uma pessoa
física, mas é uma pessoa jurídica. Então, é esta razão de unificarmos neste ato
esses dois nomes que são o João Veppo e o Walter Azevedo, que, juntamente com o
Rosário, são os responsáveis maiores pela nossa Estação Rodoviária. Traçar os
perfis, falar de ambos, falar nas suas biografias, falar nos meus currículos
que são bastante extensos. Homens que se dedicaram a diferentes atividades,
desde o inicio, quando aqui, muito jovem, chegava a Porto Alegre, da Vacaria, o
João. Também o Walter, desde o início, vinculado às mais diferentes atividades.
São homens que orgulham a Cidade de Porto Alegre e esta Casa, que detém a vontade
popular, porque temos dito reiteradamente que a Câmara Municipal de Porto
Alegre é vontade coletiva da Cidade. Aqui está a síntese da vontade de Porto
Alegre. Muitas vezes o Executivo representa uma parte da cidade, eleito que é
por uma parte da cidade de Porto Alegre, porque aqui estão todos os partidos
políticos. O Projeto de Resolução encontrou a acolhida unânime e recebeu de
todas as Bancadas, de todos os Vereadores a sua aprovação. Portanto, estamos
aqui hoje, numa tarde magnífica para a Cidade de Porto Alegre, resgatando a
esses dois homenageados o que eles fizeram pela Cidade, não só no plano da
individualidade, porque ambos dedicados aos mais diferentes setores de
atividade, mas quer ligados à filantropia, quer ligados a clubes de serviços, a
diferentes atividades de nossa cidade, que seria copioso, longo, estarmos aqui
citando.
Eu tenho que um dos melhores institutos que possui a Câmara Municipal
de Porto Alegre é exatamente a concessão de títulos de cidadania. Numa cidade
como Porto Alegre, de mais de um milhão e quinhentos mil habitantes, qual é o
instituto, o segmento da sociedade que pode fazer concessões desta natureza?
Aqui estão João Veppo e Walter de Azevedo. Na mente, uma passagem da
letra de um samba de Ataúlfo Alves, onde diz: “por isso, eu penso assim: se
alguém quiser fazer por mim, que faça agora”. Parece-me que o título de
cidadania, instituição desta Casa, absorve bem essa melodia. É preciso que se
homenageie enquanto vivemos, para que os homenageados que prestam relevante
serviço a sua comunidade, nos diferentes setores, se encontrem com a sua
própria história.
Por isso, a instituição do título de cidadania, que hoje solenemente
concedemos aos homenageados carrega toda essa significação. Dois nomes de nossa
Cidade que estão aqui com as suas famílias, sob a nossa presença, assistindo a
esse agradecimento, porque a Cidade, sim, é agradecida por ter homens do
quilate, da postura dos dois homenageados. Mas dizia também que a unificação do
ato significava a possibilidade de se homenagear uma terceira pessoa, uma
pessoa jurídica, que é a Estação Rodoviária, que é a Estação rodoviária do
Estado. Nós chamamos de Estação Rodoviária de Porto Alegre, mas eu considero
Estação Rodoviária do Estado, do País e é também a Estação Rodoviária do Cone
Sul, que é, na minha opinião, esta empresa, a Estação Rodoviária, esta pessoa
jurídica, um monumento vivo da Cidade, é um momento arquitetônico da nossa
Cidade. Ali se participa da sociedade, dos que chegam e dos que saem e da
alegria dos que chegam ali naquele sítio. Naquele complexo, a vida se relaciona
em uma relação de pessoas que chegam, de pessoas que saem. São pessoas vindo do
interior do Estado e fora do Estado. Quando chegam pela primeira vez na nossa
Cidade, tomando contato com ela, eu entendo a máxima satisfação que a pessoa
sente com a Estação Rodoviária. A Estação Rodoviária é um símbolo da nossa
Cidade, é um monumento arquitetônico também da nossa Cidade. É um ponto
cultural da nossa Cidade. Por isso eu tenho, vez por outra, manifestado a minha
solidariedade em função da Estação Rodoviária. Ali onde se encontra, nos
próprios hábitos daqueles viajantes, e a maioria do interior para a cidade, ali
está exatamente, estrategicamente colocada num eixo fundamental, na BR, a
Castelo Branco. Então, a nossa Estação Rodoviária do Estado, do País, de Porto
Alegre, encontra-se exatamente numa posição estratégica, porque do ponto de
vista técnico e do ponto de vista do sistema rodoviário, é exatamente ali o
lugar pelo eixo da Castelo Branco. A Rodoviária é um complexo, é uma pequena
república, é um complexo de serviço, de atividade, até de poesia, de pessoas
que se encontram, de ônibus chegando e ônibus saindo. A administração, muito
bem levada pelos homenageados, concretizou serviços extremamente importantes,
porque descentralizou, foi ao encontro dos passageiros fazendo, em diferentes
pontos da Cidade de Porto Alegre, com que os moradores, e a população melhor
tivessem acesso a esse fator importante que se chama o transporte coletivo, o
transporte rodoviário. Evidentemente, que temos outros oradores a falar e nosso
tempo é curto, porque esta Casa vira 24 horas. Nós já tivemos sessões das
comissões, já tivemos uma Sessão Solene, já estamos tendo esta e teremos, daqui
a pouco, uma outra Sessão, também homenageando figuras notórias.
Ao encerrar, quero, João e Walter, agradecer a vocês pelo trabalho,
pela luta incessante que levam nas suas vidas, enquanto pessoas, mas também
enquanto dirigentes da nossa Rodoviária. Esta Casa é testemunha da atenção que
vocês têm com a Câmara Municipal de Porto Alegre e esta Casa é testemunha de
que vocês, por falta de dinheiro, não impedem um conterrâneo nosso, aí do
interior, de viajar. Esse é um dado que eu queria deixar bem marcado nesta
tarde. Muitas vezes, ao sacrifício econômico da empresa, eles não se cansam de
dar uma passagem para o irmão que quer ver a mãe que está doente, que tem
necessidade de ver um filho, de visitar um parente e, muitas vezes, não tem
esse recurso. Vocês, meus queridos cidadãos, recebam essa homenagem. A Cidade
lhes agradece, porque resgata a atuação, a dedicação de vocês. Então, fica
aqui, mais uma vez, essa nossa saudação. E que vocês continuem, João e Walter e
suas famílias, e que Deus continue a proteger vocês para que, cada vez mais,
engrandeçam a nossa Cidade, o nosso Estado e, de resto, o nosso País. Muito
obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: A Mesa agradece as palavras
do Ver. Elói Guimarães e informa que foi extremamente generosa com o tempo a V.
Exa., de 18 minutos. A Mesa entendeu que a homenagem é dupla, o tempo também
conta-se em dobro. V. Exa disporia de mais dois minutos. Nós queremos também
convidar para integrar a Mesa o Presidente do TRENSURB, Dr. Adão Faraco, que
nos honra com sua presença nesta Casa. Registramos, como extensão da Mesa, a
presença do Ver. Eroni Carús, de Alegrete, que também já ocupou uma cadeira
nesta Casa quando era residente de Porto Alegre. Registramos a presença do
Presidente da Sociedade Amigos de Tramandaí, Sr. Luís Carlos Salatino; do
representante do Conselho Rodoviário do Estado do Rio Grande do Sul, Sr. Adolfo
Gilberto Toschi.
Como é uma tarde de tribunos, registramos também a presença do Dr.
Jorge Krieger de Mello e do Dr. Renato Jorge Bicca de Bicca. Também a presença
dos filhos do homenageado, o Sr. João Veppo Filho, a Jane Veppo e a Maria
aparecida Veppo; os netos, João Veppo Neto, a Joana, a Daniela, o Brandt e a
Jessie.
Registramos a presença da filha do homenageado Sr. Walter Azevedo, a
Sra. Walkíria Oliveira de Azevedo, e dos netos, o Thomaz, a Brenda, o Raphael e
a Natália. O Ver. Edi Morelli está com a palavra.
O SR. EDI MORELLI: (Saúda os componentes da
Mesa.) Eu me sinto bem à vontade em falar nesta homenagem proposta pelo Ver.
Elói Guimarães a essas queridas pessoas: Walter Moares de Azevedo e João Veppo,
o meu eterno Diretor. Digo isso porque lá trabalhei por dezessete anos. A Veppo
Cia. Ltda. é uma empresa que vem de pai para filho, pois já estamos na terceira
geração da família que comanda a Estação Rodoviária; hoje, através do Rosário,
a quem conheci desde garotinho: O João Veppo Filho, que, com menos idade do que
os filhos dele, me incomodava na Estação Rodoviária. Ele me incomodava no bom
sentido, porque gostava de ir para o almoxarifado, onde eu trabalhava, pois eu
lhe dava refrigerantes, chocolates. Depois eu tinha que ouvir broncas da Dona
Vera.
No final da década de 30, quando uma pessoa desejava viajar, o
transportador ia buscá-lo em casa, porque não tínhamos estação rodoviária em
Porto Alegre. Foi através de Júlio Castilhos de Azevedo que houve a instalação
da Estação Rodoviária, primeira no País, lá na distante Vacaria. De lá para cá,
veio para Porto Alegre. Se eu contar a história da Estação Rodoviária, o meu
querido Presidente vai buzinar dez vezes. Em 28 de junho de 1970, a Estação
Rodoviária foi transferida para o atual prédio. Acompanhamos desde as estacas à
instalação da Rodoviária. Eu era assessor direto do João Weber. O trabalho de
Walter Azevedo e João Weber, com a comunidade e também com todo o nosso Estado
e até internacional, foi incansável. O trabalho da Estação Rodoviária
descentralizando a venda de passagem foi um momento de progresso. Aqueles
correios que nos davam uma dor de cabeça danada lembram? Mas veio o progresso e
a Estação Rodoviária passou a vender as passagens. Por isso, não entendo por
que querem tirar a Estação Rodoviária de onde ela está, para levar para o
Aeroporto, se a direção da Estação Rodoviária descentralizou a venda de
passagem para beneficiar o usuário. Então quem sai da Zona Sul, vai tomar duas
conduções para pegar o seu ônibus, próximo ao Aeroporto? Aí vão dizer: mas o
Aeroporto está lá! Só que as pessoas que estão no Aeroporto são pessoas mais
favorecidas pela sorte. Quem viaja pela Estação Rodoviária, eu diria, até, quem
sabe, 80% são pessoas humildes. Então, não é justo que pessoas lá da Zona Sul
tenham que se deslocar até perto do Aeroporto ou próximo do Parque Humaitá. Não
sei onde estão pensando jogar a Rodoviária. Essa é uma questão que deve ser
discutida amplamente.
Mas, voltando à homenagem, quero dizer da minha satisfação, da minha
alegria em poder, hoje, na qualidade de Vereador, 1o Vice-Presidente
desta Casa, usar esta tribuna para homenagear Walter Azevedo e João Veppo. Eu
dizia outro dia para o Walter Azevedo: “quando nós iríamos imaginar que, um
dia, nos encontraríamos nesta situação, na qualidade de Vereador, homenageando
um amigo”. Porque só fiz, na Estação Rodoviária, amigos. Amigos, porque
conquistei estas amizades através de Vespasiano Veppo, Júlio Castilhos de
Azevedo, de Nestor Acauan, pessoas muito queridas. Dona Valdomira Veppo, Dona
Nenê, que, neste momento, não poderia esquecer.
Para encerrar, Sr. Presidente, quero dizer o que ninguém diz nesta
tribuna num momento como este: Porto Alegre está mais alegre, com sorriso
maior, a partir de agora, com os nossos mais novos Cidadãos Eméritos de Porto
Alegre. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Nós registramos a presença
com satisfação, e convidamos para integrar esta Mesa, do Deputado Estadual
Francisco Áppio, que chegou há poucos momentos porque encontrava-se em
trabalhos de Plenário na Assembléia Legislativa do Estado. Sua assessoria já
havia nos informado.
Antes de passar a palavra, registramos também a presença do Ver.
Fernando Záchia, que fará uso da palavra igualmente; do Ver. Reginaldo Pujol;
do Ver. João Dib; e também a presença do Ver. Pedro Américo Leal. O Ver. João
Dib está com a palavra.
O SR. JOÃO DIB: (Saúda os convidados e
componentes da Mesa.) Eu vivo um momento muito feliz, e chamo a atenção de que
a vida é feita de momentos. Eu, vacariano, vejo homenageado na minha Câmara
Municipal o meu irmão de leite João Veppo, e o filho do meu querido
conterrâneo, que registro o nome com profundo respeito, meu colega, companheiro
de serviço municipal, Júlio C. de Azevedo.
Eu dizia que a vida é feita de momentos e não vou falar nada das
qualidades dos homenageados, porque todos os que aqui estão são seus
familiares, seus amigos, que os consideram e os respeitem. Por isso, vocês,
homenageados de hoje, vivem um momento de glória e de felicidade. E esses
momentos são muito importantes na vida de todos nós. Esses momentos devem ser
guardados nas nossas contas de poupança de nossas vidas para que, nos momentos
menos bons, eles possam ser lembrados e sejam razão de força para que os
percalços sejam vencidos. E eu quero dizer também, João e Walter, que ninguém é
homenageado sozinho. Atrás de vocês tem toda uma família, tem toda uma
coletividade de amigos e colaboradores, trabalhadores que nos momentos mais
difíceis que vocês viveram bateram palmas para vocês e disseram: “Sigam e sejam
o que são, pessoas dignas, corretas, trabalhadoras, eficientes e que servem a
cidade onde estão”. Vieram - o João de lá da Vacaria, o Walter nascido em Porto
Alegre - mas todos com um sentimento só, todos gaúchos, todos, agora,
porto-alegrenses, amando esta Cidade maravilhosa que é nossa e sobre a qual
todos nós temos responsabilidades, mas, a partir de hoje, João e Walter terão
ainda um pouco mais de responsabilidade, porque são distinguidos, são Eméritos
e, portanto, vão continuar trabalhando com o mesmo entusiasmo não, com muito
mais entusiasmo por esta Cidade, que volto a dizer, é de todos nós. O momento é
feliz não só para vocês. É para os todos amigos, para todos os familiares que
aqui estão. E, portanto, todos nós estamos felizes neste momento. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Está com a palavra o Ver.
Reginaldo Pujol.
O SR. REGINALDO PUJOL: (Saúda os componentes da
Mesa.) Certamente, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, que esta Casa dificilmente
viverá momentos diversos e tão expressivos como o que estamos vivendo no dia de
hoje, quando duas pessoas que se afirmaram na Cidade de Porto Alegre aqui
comparecem para receber, com toda a razão, as homenagens de cidadãos
porto-alegrense na condição de Cidadão Emérito - os Srs. João Veppo e Walter
Azevedo.
Esta Casa teria razões de sobra para se regozijar, afinal acentuados
valores do trabalho, da correção, da integridade profissional, de uma vida
sócio-comunitária e de uma vida altamente qualificada são misteres dos quais
não pode se omitir uma Casa de representação popular como esta que integramos.
Ademais, sendo representante do Partido da Frente Liberal, partido que consagra
os valores da liberdade do trabalho, sobretudo da livre iniciativa, mais uma
razão para darmos ênfase a esta homenagem, eis que aqui consagramos de forma
objetiva, clara, os valores que decorrem de uma vida inteira comprometida com o
trabalho, um trabalho digno em busca da condição social que tanto devemos ao
conjunto da sociedade e de que os nossos homenageados, de uma forma muito
explícita, muito categórica, têm sido paradigma e, sobretudo, um exemplo que
merece ser reconhecido e ressaltado. Eu vi na Exposição de Motivos dos dois
Projetos de Lei, assinada pelo ilustre Ver. Elói Guimarães, algumas referências
que me faziam conjecturar não só sobre o sentido da nossa homenagem, mas
sobretudo com os vínculos individuais que nós, ocasionais representantes do
povo de Porto Alegre, temos com os homenageados da tarde de hoje, os novos
integrantes da nossa galeria de cidadãos eméritos.
Ao verificar as várias referências que se fazem à vida de João Veppo,
especialmente ao ano de 1954, me faz lembrar que exatamente esse ano foi o ano
que nós viemos lá das barrancas de Quaraí tentar a vida como estudantes na
Cidade de Porto Alegre. E também, nesse ano de 1954, tivemos a nossa primeira
atividade profissional, como auxiliar de expedição na Distribuidora de Produtos
Farmacêuticos Arcea e na empresa Antonio Rizzo e Cia. Ltda, ambas, então,
funcionando na Rua Jerônimo Coelho, 50. E quantas vezes, Ver. Edi Morelli, V.
Exa, que trabalhou tanto tempo na Veppo e Cia. Ltda., nós fomos na Rua da
Conceição fazer expedição das mercadorias que eram transportadas pelos veículos
da frota regular para os vários cantos do Rio Grande do Sul, num trabalho
pioneiro que, naquela ocasião, se realizava com todas as dificuldades que
faziam ainda da ferrovia o grande meio de transporte para a Fronteira Oeste do
Estado e para a Serra!
Da mesma forma que me refiro a João Veppo, por essa vinculação pessoal,
eu iria um pouco mais longe, porque quando vejo o currículo de Walter Moraes de
Azevedo, além da sua condição de benemérito da Sociedade dos Amigos de Tramandaí,
além da sua condição de grande dirigente daquela sociedade tão tradicional do
Atlântico Sul, há uma circunstância que pretendo frisar, porque penso que é o
que mais me vincula ao homenageado: a condição de homem cruzeirista, do
glorioso Esporte Clube Cruzeiro. Até me vinculei, num determinado momento,
tangido pela sua pessoa e por outros companheiros da administração do Cruzeiro,
que com tanta dedicação se dedicaram a essa atividade, que nós, que somos
gremistas, tricolores, preparados, inclusive para o acontecimento de hoje, não
tínhamos condições de negar, porque é evidente que os dezoito do Esporte Clube
Cruzeiro, onde o Azevedo se inclui de forma tão expressiva, são figuras
entronizadas no cotidiano de Porto Alegre e têm de nós todo o respeito e todo o
carinho. Então, a dupla GRENAL que nos permita: no dia de hoje, fala mais alto
o Esporte Clube Cruzeiro, porque ele, através de um dos seus representantes,
está incluído na galeria dos cidadãos eméritos de Porto Alegre.
Sr. Presidente, V. Exa. é muito generoso em nos conceder um tempo
aumentado diante da circunstância de que temos hoje uma dupla homenagem. Em
nome da minha representação política nesta Casa, nós, do PFL, nos sentimos
extremamente felizes em poder ter participado desse evento, ter contribuído com
o nosso apoio para essas iniciativas, e agora, irmanados com o ilustre Ver.
Elói Guimarães, que foi o inspirado proponente da homenagem, dizermos: Porto
Alegre é que agradece a vocês dois por nos permitirem, com tanta honra,
colocá-los na nossa galeria de cidadãos eméritos. Sigam dando esse exemplo de
trabalho, de honradez e dignidade que os fizeram respeitados e amados pela
Cidade onde trabalham. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Próximo orador, Ver. Fernando
Záchia.
O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Sr. Presidente, Ver. Isaac
Ainhorn, Senhores homenageados João Veppo e Walter Azevedo, demais componentes
da Mesa e presentes a esta solenidade.
Devo confessar que o meu amigo, querido Ver. Reginaldo Pujol, fez
agora, com que eu desenvolvesse uma tese antiga, quando ele cumprimentava o
nosso amigo Walter Azevedo, que é tio da minha mulher. Então, nós temos uma
amizade maior. Ele cumprimentava o Walter por ser Cruzeirista. E dizia ele como
um gremista que ficava contente que o Cruzeiro agora era representado.
Demonstra, Walter, a tese nossa que o Cruzeiro sempre foi uma grande sucursal
do Grêmio e isso deixava a nós colorados, extremamente bravos. Não é, Ver.
Elói, que o Cruzeiro era uma extensão do Grêmio? Mas eu sei que o Walter não. O
Walter tem um coração mais vermelho.
Porto Alegre é, na verdade, uma grande cidade do interior do Estado do
Rio Grande do Sul. Ela é composta, é formada ao longo do tempo, por todas as
nossas mais diversas cidades do interior. Assim foi com meu pai e com os nosso
amigos próximos. Todos vieram do interior do Estado. Aqui chegaram. E chegam,
obrigatoriamente, na Estação Rodoviária, cheios de ilusões. Chegam cheios de vontade de aqui vencerem, em Porto
Alegre conseguirem um rumo, talvez, melhor para a sua vida. E não foi diferente
para os nossos dois homenageados o João vindo de Vacaria, o Walter nascido em
Porto Alegre, mas filho de Júlio Castilhos de Azevedo, uma pessoa que, também,
vinha de Vacaria. Chegaram em Porto Alegre e se estabeleceram e conquistaram a
Cidade através do seu trabalho e através de sua dignidade. E como é importante,
pois administram com a Estação Rodoviária! Que continue gerando à essas pessoas
a ilusão. Vão chegando em Porto Alegre e vão encontrando a felicidade, encontrando,
talvez, melhores rumos. Por isso, só de dar continuidade a este trabalho, de
proporcionar às pessoas que aqui chegam uma condição melhor de vida, através da
Rodoviária! E dizia o Ver. Elói Guimarães: os dois homenageados são muito
amigos de todos os Vereadores.
Quanto à solicitação de Sessões Solenes para outorga de títulos, temos
a possibilidade de encaminhar uma sessão por Vereador durante o ano. Temos,
dentro do nosso mandato, de atender as pessoas que nos procuram, com as mais
diferentes justificativas, querendo voltar as suas cidades de origem e, na
maior parte das vezes, elas não têm recursos para a compra de sua passagem de
retorno. Nesses casos, os nossos amigos da rodoviária sempre nos ajudam -
fornecem passagens para que as pessoas possam voltar às suas origens, para o
interior do Estado. Isso representa o que são o Walter e o João nesta
atividade, o sucesso da atividade profissional, pessoal. Isso é gratificante
para nós.
Nós, Vereadores de Porto Alegre, que representamos a Cidade, queremos homenagear
as pessoas certas. Queremos fazer com que este título seja entregue às pessoas
corretas, mas parece-me que deve ser bom, gratificante, que o João Veppo e o
Walter Azevedo recebam esta homenagem. Eles chegaram a esta Cidade e aqui
venceram. Hoje, eles têm o reconhecimento da Cidade. Hoje a Cidade faz um
reconhecimento justo a essas pessoas, fazendo com que o maior título da Cidade
seja entregue a eles. Acho que nada foi gratuito. Acho que foi uma trajetória
de vida reconhecida pela Casa e pela Cidade. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Nós convidamos o Deputado
Francisco Áppio para fazer a entrega o diploma que confere o Título Honorífico
de Cidadão de Porto Alegre ao Sr. João Vesval Veppo.
(É feita a entrega do diploma.) (Palmas.)
Convidamos o Sr. Ilson Pedro Menta para fazer a entrega do diploma ao
nosso homenageado Sr. Walter Azevedo.
(É feita a entrega do diploma.) (Palmas.)
Aproveitamos esta oportunidade para fazer a entrega a cada um dos
nossos homenageados de uma obra que foi referida pelo Ver. Elói Guimarães.
Convidamos o Vereador para fazer a entrega da obra “Porto Alegre à Beira do Rio
e em Meu Coração” ao Sr. João Veppo.
(É feita a entrega do livro.)
Convidamos o Ver. Fernando Záchia para fazer a entrega ao Sr. Walter
Azevedo.
(É feita a entrega do livro.)
Nós agora teremos a oportunidade e o prazer de passar a palavra a um
dos homenageados: Sr. João Vesval Veppo.
O SR. JOÃO VEPPO: (Saúda os componentes da
Mesa e demais presentes.) (Lê.)
“A atividade comercial, mais do que o lucro, deve buscar sempre
corresponder ao interesse público, servindo com dedicação e presteza àqueles a
que está direcionada.
Foi por certo este sentimento que animou, há mais de 50 anos,
Vespasiano Julio Veppo e Júlio Castilhos de Azevedo, precursores, no Estado, de
uma atividade comercial promissora, desde os primeiros passos, no bem servir ao
povo, razão fundamental do seu relativo sucesso.
Eis a firma VEPPO E CIA Ltda., cujo trabalho traz hoje a esta Câmara de
Vereadores de nossa capital dois dos seguidores da idéia precursora da Estação
Rodoviária, implantada inicialmente em Vacaria, transpondo-se depois para Porto
Alegre, no ano de 1939.
Não é preciso, é certo, contar a história da nossa empresa, uma vez que
ela se confunde com a história da cidade. Ademais, seria laudatário e cansativo
trazermos aqui os percalços e sucessos que enfrentamos, ora no vendaval, ora na
calmaria, de uma sempre atribulada vida sócio-econômica que dá mais incertezas
do que certezas aos que se dedicam ao trabalho para oferecer serviços e
mão-de-obra ao povo.
Creiam os senhores representantes do povo de Porto Alegre que, dentre
os dividendos auferidos em nossa atividade econômica, avulta mais rico, mais
rentável ao título honorífico de Cidadão Emérito desta capital, que nos é
conferido pela iniciativa do nobre Vereador Elói Guimarães, com a aprovação do
conjunto partidário que honra e dignifica esta Casa.
Não sendo afeito às lides da tribuna, não poderia deixar de expressar,
ao ensejo, o melhor dos agradecimentos pelo título recebido.
Mais que agradecer, queremos deixar reafirmada a nossa amizade com
tantos quantos compõem esta Casa, dizendo, ainda, que o melhor agradecimento
que podemos ou devemos registrar há de ser o nosso firme propósito de
continuarmos à frente e para o futuro, aperfeiçoando os nossos serviços, em
nome da cidade e do seu povo”. Muito obrigado!
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Sr. Walter Azevedo está
com a palavra.
O SR. WALTER AZEVEDO: (Saúda os componentes da
Mesa.) Excelentíssimos Vereadores e, em especial, Ver. Elói Guimarães, autor da
proposição. Meu caro amigo, irmão, João Veppo, minha querida esposa, filhos e
netos, minhas queridas amigas e amigos que, nesta hora, me honram sobremaneira,
presentes neste ato tão significativo de minha vida. Meus caros companheiros,
amigos, colegas de entidades e, em especial, colegas de estações rodoviárias
que nos honram numa hora tão significativa, que eles sabem a que me refiro, a
homens como foi Vespasiano Júlio Veppo, como foi Júlio Castilhos de Azevedo e,
para que eu não erre, tantos outros que criaram o sistema de estações
rodoviárias no Estado do Rio Grande do sul.
Eu deveria, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, num ato solene desta
natureza onde diversas personalidades, inclusive mundiais, como o Papa,
receberam este título nesta Casa, fazer meu pronunciamento por escrito, mas
mesmo sabendo que, ao longo do meu pequeno discurso, fatalmente eu iria errar
muito o conjunto de palavras, a sintonia, eu preferi, tive a coragem e a convicção
de que as minhas palavras, brotando do fundo do meu coração, eram sinceras,
reais. Por isso, eu ousei falar no sabor do improviso, ao sabor da emoção,
quando os oradores e os Vereadores que me antecederam na tribuna jogaram para
cima de mim toda a emoção que me vai na alma, a imensa saudade que eu sinto dos
meus pais; do lugar onde estiveram, eles hão de estar orgulhosos desta Casa por
ter conferido a um filho seu tamanha homenagem, maior que o mundo, maior que o
Universo.
Sr. Ver. Elói Guimarães, Srs. Vereadores, é difícil, é muito difícil se
traduzir, nesta hora, numa indisfarçável emoção, tudo aquilo que seria o maior
agradecimento a V. Exas. por este ato tão significativo. Lembro que alguém,
algum dia, assim se expressou: “por mais que o corpo esteja de pé, a alma se
encontra ajoelhada”. É nesta posição que se encontra a minha neste momento: de
joelhos, agradecendo a V. Exas. tão honroso título. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Gostaria de registrar a
singularidade desta homenagem, calor humano emanado das manifestações aqui
havidas, que é o reconhecimento a essas figuras que estamos homenageando.
Ao ouvir a manifestação dos nossos homenageados, saímos desta Sessão
com a absoluta convicção do dever cumprido no exercício do nosso mandato, da
proximidade com as pessoas da nossa Porto alegre, que se mantém estável nos
seus um milhão e trezentos mil habitantes, no seu estilo de receber pessoas de
todos os cantos do nosso Estado, do nosso País e, por que não dizer, das mais diversas
etnias que formaram este Estado.
O que assistimos hoje, nesta Casa, mostra a proximidade destas pessoas
com cada um de nós, à sua maneira, o que revela a proximidade desta Cidade
acolhedora com os homenageados e destes com todos nós, Vereadores. Sim, são
pessoas muito próximas de todos nós, pessoas que estão satisfeitas, como
porto-alegrenses, de tê-los, ao nosso abrigo, como Cidadãos Eméritos de nossa
Cidade.
Registramos a presença do Deputado Emérito, Jornalista Cândido
Norberto, que honra esta Casa.
Agradecemos a presença de todos que prestaram esta homenagem que,
apesar do frio, demonstrou tanto calor humano.
Estão encerrados os trabalhos.
(Encerra-se a Sessão às 17h51min.)
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